sábado, 31 de janeiro de 2009

FERAS


Alguém de longe... muito perto
Quase que dentro de mim...
Soltando feras, brincando com elas
Sem medo...
Quase que por inocência
Se não fosse sua história...
Os perigos, riscos que andou correndo
Ultrapassando... jogando-os janela a fora
Sem pena, dó dos corações
Talvez porque tenha o seu machucado
Cicatrizado seria a palavra
Num desacerto momentâneo
Inútil ao seu caminhar
Solta sim...
Solta as vontades
Os desejos que a consomem
Obscurecendo as desilusões
Poucas, muitas, não importa
Passadas, longe do tempo real
Momento... ela grita
É o que quero, só o que interessa
Solte as feras e venha com elas
Pro meu eu....
Eu te enfrento, cara a cara
Deixo-me ser uma delas, domesticada
Por você, pelo teu fogo, tua carne
Sou consumível, sou explorável
Posso ser sua, quero ser
Fera... também
Contudo, não vou sozinha
Tenho escudos, tenho armas
Tenho meios de tornar-me teu algoz
Prisioneira, refém de sentimentos
Sem teorias, sem fantasias...
Com um único instrumento
Meu eu... que é corpo, alma e atrevimento
Louco pra te devorar, por dentro
Consumir a última chama e acendê-la
Continuamente... até a hora
De, num soluço intenso
Ouvi-la dizer desesperadamente:
Fera... não me deixe
Preciso, quero, anseio a prisão
Ter teu corpo como jaula
E, acostumada na dança entre leões desejos
E tigres desvarios, submetendo-os
Você se rende à brisa fera que chegou
Mas, sem pena, sorriu... partiu.


23/07/2005

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CHUVA


Cheirinho de chuva numa tarde solitária
Imagem que me traz melancolia
Desperta a saudade de alguém.

Triste a constatação da ausência
Infeliz o momento, a distância
Quero ultrapassar as horas.

Solto um sentimento doendo... numa poesia.
Que fim ele terá?
Aonde irá chegar o meu desejo?

Não, não sei e tenho medo das respostas
Fico aqui, então, encolhida num cantinho
A observar a chuva que cai.

28/01/2009

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

QUERIA


Queria, numa noite qualquer dessas
Descobrir a essência da tua alma
O elemento primordial que te compõe
Saborear, se for preciso
Injetar na veia, se caso o for
Provar de você, te engolir
E sentir tua existência
Nesse dia seria eu feliz!

Compreenderia teu modo de agir
Jeito de ser, de querer, de fazer
Saberia completar você
Atender tuas necessidades
Despertaria da minha ignorância
Amaria de forma sábia o teu corpo
Devastaria tua mente sempre

Que pena! Sinto não conseguir
O que fazer? Não sei...
És mistério, ficção, irreal
Surrealismo que me devasta
E eu sofro... queria!


05/08/2008

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

MAIS COM VOCÊ



O toque leve das mãos
A troca de olhares discreta
Sorriso cheio de malícia
E uma vontade louca
De buscar tua boca
Aproximo-me e você se rende
A um gostoso beijo demorado
Molhado, safado, delicado
Te agarro, te amasso, te pego de jeito
Sinto a pele arrepiada
A respiração ofegante
O desejo gritando: devora-me!
Busco os seios, o colo, pescoço
Chupo, mordo, lambo cada pedaço
Quero mais, quero você inteira!
A mão brinca, passeia nas curvas
E busca o teu sexo... molhado!
Toco, sinto, te dou prazer
Persigo o gozo solto, demorado
E, da boca gelada, tenho meu nome
Gritos, gemidos e um quero mais!
E eu não me canso de querer você.

28/11/2008

CAMINHADA


Passeio nos vales dos sentimentos
Percorro os lírios do amor
As rosas da paixão
E as margaridas da felicidade


Vejo borboletas, aromas, cores
Elas parecem me acompanhar
Sentem que estou angustiada
Atrás dos encantos de alguém


A estrada termina e eu não tenho fim
Volto, volto a buscar outras certezas
Todas tão abstratas, fugidias
Assim como a tua imagem

Paro no tempo, no espaço e observo
Todos os encantos do caminho
As asas que não param de bater
E a vida latente no bosque


E eu?
Sem vida, encanto, certeza, angustiada
Querendo felicidade e sentimentos
Buscando você e o amor.
28/01/2009